NOITE 01
"Não Caia no Desespero"
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HOPE traduzido do inglês significa "Esperança". Academia Espacial Esperança, soa lindo, não é? Os ideais da diretora HOPE inspiraram milhões, mas ela não sabia que havia cometido um erro fatal: onde há Esperança há, por consequência, Desespero. A Esperança simboliza um coração justo todos levando em direção à luz, já o Desespero é o completo contrário, é caótico e confuso. O Desespero engole o amor, o ódio e tudo a sua volta. Simplesmente porque você não sabe onde vai parar quando é invadido pelo desespero. Desespero é algo que você não consegue prever. Só uma vida cheia de desespero e imprevistos vai te salvar de uma vida entediante.
Na Academia Espacial Esperança, onde estavam localizados os estudantes, não havia nada além de desespero. Sequer uma pessoa ousou se pronunciar após a fala macabra de Will, não podiam aceitar aquela conversa que lhes foi entregue de bandeja por um robô em forma de urso. Suas vidas estavam em risco agora, isso era um fato, mas todos ainda tinham seus receios.
— Não se preocupem, não se preocupem, eu sei que vão se acostumar à vida de assassinato mútuo. Essa será sua nova casa, tomem tempo para explorar, os quartos de vocês já estão prontos com todas coisas que vocês precisarão. — Foi Monokuma quem quebrou o gelo, da maneira mais mórbida possível. Ele assistia os olhares de desespero presente em cada um ali, até mesmo os assassinos provavelmente foram pegos de surpresa com a adição de um infiltrado. — Deixarei vocês a sós agora, o julgamento acontecerá em 5 horas, aproveitem a vida de estudantes... PUPUPU — E sumiu, sem deixar nenhum vestígio que estava ali no segundo anterior.
Os estudante decidiram usar este tempo para explorar as instalações da Academia e encontrar uma saída, se dividiram em grupos separados aleatoriamente, para que não houvesse riscos de mortes. O primeiro grupo, composto por Sonia, Chloe, Celeste, Jonas e Akira, decidiu investigar as partes próximas ao ginásio, então enquanto os outros grupos exploravam a Academia, este não saiu muito do lugar. Eles fuçaram todas as instalações, mas não encontraram nada de útil.
— Isso aqui é uma projeção, certo? — Disse Jonas apontando para as paredes próximas da arquibancada. — Será que estamos mesmo no espaço e é por isso que eles não nos deixam ver o lado de fora? Cara... como eu queria dar uma olhadinha no espaço!
— Eu também queria! Eu trouxe uma tchanga pra fumar vendo as estrelas do espaço... — Respondeu Chloe. — É uma pena, mas eu vou fumar outra hora! A gente faz um ritualzinho e reúne toooodo mundo.
Enquanto isso, o segundo grupo foi investigar a área dormitórios. Este grupo foi composto por Alice, Jade, Charlotte, Ivan, Vicente e Will. Parecia tudo normal com a área deles, mais uma vez ninguém encontrou algo suspeito, nenhuma faixa escrito "SAÍDA POR AQUI". Eles notaram que cada pessoa possuía seu próprio quarto, mas que ela só respondia às digitais de cada estudante, era impossível forçar a entrada.
— Que para maneira. — Dizia Ivan. — Esses leitores devem custar mó grana!
— É isso que você notou, seu idiota? — Interviu Vicente, com seu ar superior. — Não percebe a importância disso, não é?
— Sim sim, isso pode evitar assassinatos, não é? — Respondia Charlotte, querendo parecer inteligente. Os outros olharam para ela imediatamente, eles não tinham notado até então, mas ela tinha uma mancha estranha no rosto, mas decidiram não comentar.
O terceiro grupo, composto por Fred, Oliver, Simone, Martha e Leon, ficaram com a área dos corredores, primeiro encontraram uma escadaria, mas ela estava fechada por grades. Isso significava que estavam, no mínimo, no primeiro andar. O segundo achado foi uma porta, mas ela não lhes trazia muita esperança, estava trancada e protegida por uma metralhadora, ninguém ousou tentar abrir.
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Com a chegada do horário do Julgamento todos se reuniram novamente, Monokuma os ordenou que pegassem um elevador para o andar de baixo, que revelava a sala de julgamento. A sala era muito bem decorada, possuía cadeira para todos 16 estudantes, bem como uma cadeira destinada ao Monokuma com visão privilegiada de todo Julgamento. Os estudantes se sentiram acuados logo ao chegarem, mas alguém decidiu quebrar o gelo.
— Eu acredito que o infiltrado seja a Martha. — Disse Will, iniciando o debate. — Vocês não veem? Ela é sem graça, claramente é ela que está no lugar errado!
Não demorou para que ele conseguisse argumentar o suficiente para que alguns passassem a também acreditar que a Martha seria infiltrada, a verdade é que a maioria ali não compactuava com esta votação sem sentido, mas estavam com medo de não participarem e sofrer punições, então votariam em quem quer que fosse. A discussão parecia estar chegando num fim até que a mesa virou.
— O que nos garante que não é você, Will? — Perguntou Celeste. — Até onde se sabe, você é o único interessado em apontar um culpado. Por acaso está tentando desviar atenção?
As acusações imediatamente se voltaram à Will, mas desta vez eram mais severas, já que ao contrário de Martha que não falava muito, Will era um pé no saco com suas conversas de assassinato. — Você é um psicopata! — Disse um dos estudantes. — Isso mesmo o infiltrado é você e mesmo se não for com certeza é um dos assassinos!
Ao ouvir tanta provocação e xingamento Will fez o impensável: começou a chorar. Parecia uma criança, ele simplesmente abriu o berreiro e começou a pedir desculpas, mas as pessoas não se compadeciam. O garoto passou bons minutos chorado, o que fez pensar que ninguém é tão bom ator assim, havia muito catarro em seu nariz, seu rosto já estava vermelho e inchado, o garoto estava começando até a soluçar.
Ao ver a cena triste, alguns até retiraram os votos em Will, mas ainda achavam ele o melhor candidato, afinal, o mistério ainda não tinha solução. Foi quando Alice tomou a atenção do momento para si com um comentário sagaz:
— Charlotte, mana, que porra nojenta é essa saindo da sua testa? Parece que seu cérebro tá vazando KAKAKA. — E realmente estava vazando algum líquido estranho da garota. Fred, que estava próximo da garota, sabia o que era pelo cheiro que sentia. — Isso é óleo! Cêloko, mina, tá vazando óleo de tu? — Ele perguntou, espantado.
— É isso, gente! — Disse Akira. — O infiltrado só pode ser um robô igual o Monokuma, não ouviram o que ele disse antes? Se há um infiltrado entre humano, ele só pode não ser humano! Tô certa? Hehehe Akira é tão inligente!
— Até que pra um bando de pés-rapados vocês são espertos. De fato, isso faz sentido. — Afirmou Vicente.
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Ao ouvir as acusações, Charlotte ficou furiosa, seu rosto começou a ferver, ouvindo as pessoas duvidarem de sua humanidade. — Vocês são estúpidos, seus filhos da puta? Eu sou um robô que palhaçada é essa? Robô é esse urso do caralho, olhem pra mim eu sou bonita! — Mas não havia jeito as pessoas já estavam convencidas. Aos poucos o disfarce de Charlotte passou a dar mal funcionamento, além do vazamento de óleo, outros pequenos bugs foram aparecendo, Charlotte praticamente havia se entregado.
Após atingir a maioria dos votos, Charlotte entrou totalmente em desespero e foi até em direção ao Monokuma, segurou o boneco com suas próprias mãos e o jogou no chão, só pra pisar encima dele depois. — Seu lazarento! Você entregou a gente! A gente só queria se divertir um pouco! Morra, morra morra! — Ela dizia enquanto tentava quebrar o Monokuma, sua voz foi interrompida por alerta vindo do próprio Monokuma, a voz do alerta dizia:
"VIOLÊNCIA CONTRA O DIRETOR É PROIBIDA. EXECUÇÃO IMEDIATA"
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Os estudantes, que assistiam a cena calados, ficaram em choque. Martha simplesmente caiu para trás, mas foi imediatamente salva por Vicente, que não a deixou bater a cabeça no chão. Charlotte se encontrava bem diante deles, morta. Ela ativou os sistemas de segurança, que atiraram nela com diversos arpões, nenhum corpo, humano ou máquina, aguentaria, ela caiu no chão e o rosa de seu sangue se espalhou. Monokuma riu, todos ficaram em silêncio.
— Meus parabéns! PUPUPU, eu subestimei vocês, mas vocês encontraram o o infiltrado. — Parabenizou o Diretor Monokuma. — Podem sair daí, vocês, o show acabou!
Imediatamente, de dentro do corpo da Charlotte, saíram um grupo de robôs quase idênticos ao Monokuma, eles pousaram em uma pose engraçada, como se fossem membros de uma banda ou um grupo de Power Rangers. Eles não soltaram uma palavra, apenas ficaram parados, observando as reações.
— Mas como diabos vocês estavam lá dentro? — Indagou Leon.
— Esses são meus filhotes! — Dizia o Monokuma, se aproximando de sua prole. — Eles são brincalhões assim mesmo, eu não os culpo, afinal eles só estavam tentando trazer um pouco mais de desespero. Sei que vocês vão conhece-los melhor em breve!
A brincadeira acabou sendo inofensiva, porque acabou cedo, Oliver se questionou o quão terrível serial ter esses 5 filhotes de Monokuma infiltrados entre o grupo. — Eu decidi brincar com o próprio jogo deles PUPUPU, mas já que desvendaram o mistério eles não precisa m mais mentir. — Continuou Monokuma. — Então, agora que acabou a brincadeira de criança, vamos começar os verdadeiros jogos. Já é noite, vão para os seus quartos! Tem um assassinato para acontecer...
Sem escolhas, os estudantes teriam de se acostumar a vida naquela Academia, todos sabiam que agora não havia escapatória, nenhuma saída, o único jeito possível até então era ganhar do Diretor no próprio jogo doentio dele.
RESTAM 15 ESTUDANTES
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