EPÍLOGO

 EPÍLOGO


16 estudantes entraram, 6 terminaram o jogo vivos, mas a que custo estas vidas foram poupadas? A vida dentro da Academia do Desespero marcaria as memórias daquelas pessoas pelo resto de suas existências, mas quando se finaliza algo assim, o que resta depois? O que acontece depois? Bem, é isto que tentaremos descobrir aqui, juntos.

Oliver guiou os estudantes pelos corredores e abriu a porta da Sala do Monokuma, localizada no primeiro andar, o interior era algo que não conseguiam conceber de tão vasto,  não havia nenhuma sala como aquela por toda Academia.  Oliver notou algo curioso: Aquele espaço era o único que não possuía câmeras, diferente de todos cômodos vistos até então. Para a surpresa dos sobreviventes, não havia ninguém lá, Monokuma não havia comparecido a sua própria reunião.


Eles tomaram tempo explorando o local, tocaram em tudo que podia, mas Will permanecia impassível, ele apenas observava tudo de longe, com um olhar de quem estava tendo uma epifania, o rapaz simplesmente gargalhou, alto o suficiente para que todos pudessem ouvir. — HAHAHAHA! Agora eu me lembro! É isso! — Ele dizia, enquanto se locomovia para um lugar específico: o trono ao fundo da sala. Will sentou-se nele como se já o conhecesse, dando a entender que aquele lugar era dele por direito.

— Eu não acredito hahaha, fomos tão bobos! — Will continuou.  Alice e Jade olharam para ele como se estivesse louco, mas seria completamente normal para qualquer um pensar que o garoto estava agindo de maneira insana. — Ih eu acho que o baixinho quebrou. — Provocou Alice.

— Vocês nem entendem, não é? Era tão óbvio este tempo todo... Como estão as memórias de vocês, não se lembram nada ainda? Pois bem, me acompanhem até um lugar. Ainda que relutantes, as pessoas seguiram Will até uma sala escondida, ela estava atrás da grande porta que Oliver encontrara anteriormente, mas Will sabia exatamente como abri-la. Mais impressionante que isto seria apenas o conteúdo protegido pela própria porta:  um laboratório vindo direto de um filme de ficção e peça central de tudo era simplesmente a cabeça de um Monokuma gigante.


Pasmos, os estudantes apenas observaram tudo, confusos, esperando que Will desse alguma explicação. 
— Este aparelho. — Comentou Will. — É o responsável por conter as suas memórias, as minhas já voltaram. Se as quiserem de volta, terão que destrui-lo, mas eu aviso de antemão: cuidado com o que desejam hahaha!

Oliver imediatamente quebrou o vidro que protegia o aparelho com um soco, logo depois arrancou todos os fios. — Estou cansado de mistérios! EU QUERO RESPOSTAS! — Dizia ele, mas sua voz falhou em continuar, memórias passaram a bombardeá-lo com informações e o rapaz não pode evitar em contempla-las, com calma. 

A primeira coisa que se lembrou fora de quem havia lhe dado um golpe na cabeça, até então havia acreditado ter sido a robô Charlotte, mas não era, tinha sido Will. Depois de levar o golpe, Oliver não havia desmaiado como acreditava ter sido, o golpe na cabeça era apenas uma brincadeira de quem viria a ser seu futuro colega de classe, Will. Não havia nenhuma intenção assassina vinda dele naquele momento, ele só estava pregando a primeira de muitas peças.

Oliver, Will e todos os outros fizeram o lançamento do foguete normalmente e passaram a estudar  juntos, algumas pessoas pertenciam a outras salas, mas todos se conheceram antes do jogo, antes de tudo aquilo, aquilo que Oliver mais reprimia em se lembrar: a tragédia. 

Era um dia normal na Academia quando a notícia saiu: Uma chuva de meteoros estava para atingir a Terra, a notícia se espalhou por todo o globo e não demorou para que chegasse fora dele também. A Academia entrou em total desespero, se a Terra deixasse de existir, isso significaria que eles seriam os últimos humanos na Terra, e foi aí que o caos começou.


O desespero se espalhou como uma doença contagiosa entre todos os humanos, aqueles que viviam no planeta Terra estavam tão desesperadas que começaram a não só se suicidar, mas também a matar uns aos outros, a humanidade havia caído no caos. Alguns ficaram loucos e começaram a seguir um estranho mensageiro do espaço chamado Monokuma, que os guiaria para um mundo melhor.  A humanidade sempre precisou de heróis e este era o da vez, Monokuma começou a aparecer em todas as mídias e conseguiu uma verdadeira legião de seguidores.


Enquanto o planeta se preparava para o apocalipse, as pessoas da academia já havia começado a vivê-lo. Um verdadeiro estado de caos se instaurou no campus espacial, os alunos implantaram um motim guiados por Will, uma figura revolucionária que com sua estratégia e lábia dominou tranquilamente o espaço, depondo o atual diretor. Will levou todos a participarem de um jogo, um jogo doentio, onde deveriam matar uns aos outros, como se fosse uma mera brincadeira. 

Um vídeo hipnótico foi reproduzido para todos estudantes no ginásio, o vídeo contava com o Monokuma,  aqueles que assistiam caíam no desespero instantaneamente. Suas memórias eram apagadas no processo, enquanto ficavam armazenadas na própria nave.  Logo eles se esqueceram de que a raça humana estava para ser extinguida e começaram a acelerar o processo matando uns aos outros. 

Vários jogos de assassinato foram sediados na Academia, onde dezenas de estudantes morreram um a um, pelas mãos de seus próprios amigos. Will sempre os observava de longe, mas nunca participou de nenhum, ele deleitava-se do desespero dos outros de sua sala, onde ninguém tocaria nele, O Líder Supremo, como passou a se auto intitular.

Já na Terra, os meteoros ainda não haviam chegado, mas os humanos já haviam destruído boa parte do planeta. O problema é que o meteoro nunca chegaria, tudo não passava de uma mentira criada e disseminada por Will, o Monokuma não passava de um avatar para seu plano de dominar o mundo através do desespero. 

Com o tempo livre na Academia, Will passou a construir um exercito de robôs, Monokumas com diversas funções e tamanhos, tudo possível graças a quantidade de tecnologia disponível na Academia. Ele os enviou para a Terra e lá Monokuma foi recebido como um Deus do Novo Mundo, instaurando uma nova ordem. 




Will agora comandava toda humanidade restante, aqueles que sobreviveram ao desespero se tornaram imediatamente parte dele e o caos já estava espalhado por todo o mundo. Oliver estava em completo choque. Ele e os outros ali haviam participado de inúmeros jogos de assassinato com outros de seus amigos e matada vários deles, e o fato de só haverem 15 estudantes em toda Academia agora era porque todos outros já estavam mortos.

(Imagem da sala 3A)

Já o fato dos 15 estudantes estarem vivos significavam que eram excelentes no jogo da morte e não importavam se eram assassinos ou inocentes em cada jogo, iriam mentir e manipular qualquer um apenas para o desespero se perpetuar no jogo.  

O motivo disso tudo é que certo dia, enquanto estudante, Will descobriu o maior podre da Academia Hope: a pessoa HOPE jamais existiu, HOPE era apenas uma sigla para Homicídios Organizados Para Entretenimento e não passava de um entretenimento doentio da Elite humana, eles pagavam para sequestrar alguns dos estudantes da Academia e fazê-los competir em um jogo de assassinato, como este que estão jogando. A Academia sempre foi uma farsa para encontrar jovens talentosos e coloca-los em desafios doentios, e o apoio da mídia fazia com que ninguém comentasse sobre os estudantes desaparecidos.

O fato chocou tanto o garoto que ele fora o primeiro a cair no desespero, reproduzindo todos ideais deixados por HOPE, ele criou novos jogos de assassinato e deu inicio ao seu plano de dominação mundial, e quando conseguiu, ele televisionou tudo para os humanos remanescentes na Terra, que assistiam todos os dias e acompanhavam a vida e a morte dos estudantes da nave. 

Alguns espectadores tinham torcidas e seus favoritos para ganharem, todos eram superfãs da Academia do Desespero, mas  Will começou a ficar entediado. Fazia tempo que ele não sentia o puro desespero, como sentiu da primeira vez, quando descobriu o segredo da Academia. O garoto havia ficado com tanto medo de morrer quando encontrou a verdade que se apaixonou pela sensação e buscou sempre mais desespero.  

Desta vez, pela última vez, Will havia decidido jogar. Apagou parte de sua própria memória e entrou no jogo como participante, ele buscava sentir mais uma vez o desespero de poder morrer, aquela sensação incrível que tomava conta de cada célula de quem a sente. Só a certeza morte traz o mais puro desespero.

— E pensar que vocês poderiam ter matado no primeiro dia! HAHAHAHA! Que hilário. — Interrompeu Will, tirando os 5 estudantes restantes de seus devaneios, eles haviam mergulhado nas memórias em que mentiam e assassinavam seus colegas, Jade mal podia aguentar a sensação, mas quem mais parecia enojado era Oliver, ele acreditava ser um pacifista e final das contas havia matado todas aquelas pessoas.

— Eu estou vivíssimo. — Atestou Will. — Vocês também estão, isso é tão anticlimático... Eu deveria matar todos vocês!

— Mas não vou! — Ele disse, com um sorriso. — Vejam bem, o que acham de começarmos de novo? Um novo jogo, 6 estudantes, 1 assassino, NOVAS ULTIMATES!  — Ele tinha um sorriso maligno no rosto, mas não parecia incomodar aqueles ali, agora que suas memórias voltaram, eles também sabiam que estavam viciados em sentir desespero.

— Vamos lá, eu já estou entediado. — Afirmou, Oliver, olhando para todos ao seu redor, que afirmaram com a cabeça.

Enquanto Will estivesse vivo, o desespero também estaria e os jogos de assassinatos jamais teriam fim, ele acabou por ser conhecido como o maior estrategista de todos os tempos. Na Terra, Will mudou o mundo e criou uma nova categoria de entretenimento: O Entretenimento do Desespero. Seus ideais, sua ideologia e seus jogos de assassinato mútuo viveriam para sempre junto com a história da humanidade. Você ainda tem esperança de que isto tenha um fim? Bobinho! Nunca se esqueça, onde há esperança sempre  haverá desespero.


FIM?

EQUIPES GANHADORAS

OS INOCENTES VENCERAM!
WILL TAMBÉM VENCEU! 


— WILL

 







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