Espaço... A fronteira final... Imagine só quantas pessoas
doaram suas energias só para atingir este objetivo tão humano: ir aonde nenhum
homem jamais esteve. Desde sempre a espécie humana encarou os céus e se
encantou com seus mistérios, incontáveis histórias foram contadas sobre quem criou tamanha infinidade, seria Deus este criador ou algo ainda mais inexplicável? A humanidade certamente não poupou esforços ao longo dos anos para atingir esta meta dita tão nobre e
hoje a viagem interestelar é mais que uma realidade!
A Academia Espacial HOPE tem orgulho de ser um dos primeiros
projetos envolvendo viagens espaciais e é responsável por já ter formado
centenas de estudantes em seu campus localizado nos confins do universo. Todos
anos um grupo de jovens incrivelmente dotados é selecionado para embarcar numa
viagem e estudar bem perto das estrelas, ocupando seus lugares de direito no
topo do mundo. Oliver, um destes dos estudantes sortudos, encontrava-se bem
diante de seu destino, o garoto estava pronto para entrar pelas portas da Academia
Espacial HOPE, lá esse seria orietado para o lançamento do foguete onde que embarcaria ele e o restante de
sua turma extraordinária.
Segurando um baseado em uma de suas mãos e o isqueiro na outra, Oliver encarou a fachada do prédio por alguns segundos e se afastou, o garoto procurou um lugar recluso e repousou em uma árvore próxima. Sentou-se tranquilamente no chão e acendeu seu glorioso beck, era uma prensada que seu amigo havia lhe salvado antes de partir para viagem. — Eita que essa é da louca. — Ele dizia em voz alta, enquanto dava uns tragos. — Não sou bobo, vai que não deixam fumar lá dentro! Vou é lombrar logo antes de entrar e quem sabe eu ainda esteja chapado na hora que eu ver as estrelas.
Mal sabia ele que a hora em que veria estrelas estava mais que próxima. Já estando chapado, Oliver não percebeu uma pessoa que se esgueirava por traz dele, a pessoa se aproximou sorrateiramente e desferiu um golpe certeiro com um martelo bem na sua cabeça. — Você vai morrer antes do natal, MACONHEIRO! — Disse a figura desconhecida.
Tudo começou a girar, sua visão começou a ficar escura, o sangue escorria lentamente, até que Oliver caiu.
Acordou numa sala de aula esquisita, não era exatamente velha, mas não parecia ser nova, as janela eram seladas de maneira que não dava para abri-las ou enxergar o que estava de fora. As cadeiras estavam perfeitamente enfileiradas e o quadro negro, ironicamente, estava em branco. Oliver estava sentado em uma das cadeiras e se levantou com as mãos na cabeça, ela doía um pouco, mas ele não se lembrava de nada, nem do golpe que havia levado, apenas tinha uma forte sensação de que algo estava errado.
Até que se tocou: Estava dentro da Academia. Mas como? Havia ficado tão lombrado a ponto de esquecer que já havia entrado? Isso não seria possível, seria? Seus pensamentos confusos foram logo interrompidos por uma voz vinda de alto-falantes, foi aí que o rapaz reparou as câmeras. — Estou sendo gravado? — Pensou o rapaz.
— ATENÇÃO TODOS ESTUDANTES, DIRIJAM-SE IMEDIATAMENTE AO GINÁSIO. — Dizia a voz misteriosa, que soava um tanto robótica e arranhada. — ATENÇÃO TODOS ESTUDANTES, DIRIJAM-SE IMEDIATAMENTE AO GINÁSIO.
Sem melhores alternativas, Oliver seguiu as instruções da voz, saiu da sala onde estava e começou a procurar pelo ginásio. O lugar onde estava era enorme, os corredores eram extensos e cansativos, as salas sempre pareciam maior por dentro do que por fora, mas por fim ele foi capaz de encontrar a entrada para o ginásio e ao abrir as duas portas de madeira que fechavam a sala o rapaz não acreditou no que viu.
Outros 15 jovens estudantes já estavam lá.
O ginásio parecia comum, a quadra era grande e toda instalação era bem iluminada, as paredes passavam uma projeção do que deveria ser o céu lá fora, a imagem era bem realista, mas nem de longe se parecia com o céu de verdade. As câmeras também estavam por toda parte ali, Oliver havia notado que nenhum dos cômodos em que havia passado estava livre delas. Ao entrar no ginásio, a maioria dos jovens notaram sua presença.
— Oiiiii! — Gritava uma garota de roupas extravagantes. Ela falava rápido e não parava pra respirar— Tá perdido? Será que você acordou naquela sala estranha também? Fala com a gente!
— Ele parece estar confuso...— Cochichou uma outra garota de cabelos verdes.
— E quem não está? — Respondia um rapaz., dando início a uma série de murmúrios e cochichos
— Ei! Assim vocês vão assustar ele! — Interviu uma garota de cabelos brancos, cessando o barulho. — Vamos fazer ele se sentir acolhido, certo? Tá tudo mundo aqui sem entender nada, então por que a gente não se apresenta e viramos amigos? Eu me chamo Chloe! — Ela se apresentou com um sorriso.— Prazer! Pois bem, quem é o próximo?
— Eu não vou ser amigo de ninguém! Como eu vou saber se não foram vocês que me trouxeram até aqui! Eu lembro de estar indo até a Academia e ser sequestrado! — Gritou um rapaz de cabelos vermelhos e aparência brava.
— Pois é eu lembro de ser atacado também... — Continuava outro rapaz. — Mas olha, eu me chamo Jonas! Podem confiar em mim, eu sou legal! — Oliver permanecia calado vendo que aos poucos as pessoas se apresentavam para ele, dizendo seus nomes, todos tinham a mesma história, haviam acordado na mesma sela sem muitas memórias recentes. Em determinado momento Oliver também se apresentou, mas não parou apenas na apresentação. — Eu disse meu nome verdadeiro, mas como vou saber se vocês estão me dizendo mesmo seus nomes verdadeiros.
— E isso importa? — Respondia que o garoto que havia se apresentado anteriormente como Will. Apenas uma garota permanecia sem responder seu nome, ela estava distante de todos, parecia assustada. Will esboçou um sorriso malicioso e se aproximou da moça, intimidando-a. — E você, qual seu nome? — Ele perguntou.
— M-m-martha!!! — Ela respondeu, gaguejando, seu rosto suava e sua pele ficava vermelha de vergonha. — P-por f-favor, não me machuqueeee. — Implorou a garota, enquanto se afastava de Will.
— Eu não quero estragar o clima de amizade de vocês, mas já se perguntaram onde estamos? — Perguntou Vicente, enquanto concertava seu óculos. — É possível pela decoração que estamos na Academia Espacial HOPE, se este for mesmo o caso, estamos no prédio localizado na Terra ou será que estamos...
— No espaço? — Completou Celeste. — Pois bem, tu és um rapaz um tanto ingênuo. Acredita mesmo que se fôssemos levados para o espaço não perceberíamos?
— E alguém lembra de alguma coisa antes de chegar aqui? — Indagou Jade, mas sua pergunta não obteve respostas, porque logo ela foi interrompida por uma sirene de escola, um barulho verdadeiramente infernal.
A atenção de todos foi voltada para a direção do som: o palco de madeira que existia na parte da frente do ginásio, de lá surgiu uma criatura curiosa, sua aparência era fofa e ao mesmo tempo aterrorizante, ele não falou nada por longos segundos, apenas observava os estudantes com um sorriso debochado, como se soubesse de alguma coisa. A criatura ergueu ser braços e saudou os estudantes ali presentes.
— Saudações, estudantes! Primeiramente parabéns! Vocês foram selecionados entre os milhares de jovens para fazer parte da nossa Academia! Eu sou o Diretor Monokuma Hehehe — O urso chamado Monokuma deu um sorrisinho sem graça. Sua voz era a mesma que havia convocado Oliver e os outros para aparecerem no ginásio. — O início desse semestre será muito especial! Acreditem em mim, as aulas serão de matar!
— Mas que porra é essa? — Questionou Alice. — Isso é alguma pegadinha? Quem é o merdinha que tá controlando esse robô? Se isso for uma zoação saiba que é muito estranho.
— Não fala assim, menina, vai que é uma cerimônia de integração diferente! — Retrucou Simone
— CAHAM! Eu sou completamente autônomo! Não tem ninguém me controlando sua imbecil. — Continuou Monokuma, mudando imediatamente de assunto. — Como eu estava dizendo, o semestre de vocês será bem divertido! Todos vocês foram trazidos até aqui para jogar um pequeno jogo e eu serei o anfitrião.
— Um jogo? — Interrompeu Ivan. — Que parada maluca é essa que tá rolando?
— Caramba como vocês interrompem! — Disse Monokuma, com uma expressão brava no seu rosto preto. — Um jogo, isso mesmo, as regras são simples: Existem assassinos entre vocês, aqueles que descobrirem os assassinos se graduam imediatamente, fácil não é? Esse é o trabalho de vocês, caso não consigam encontra-los, os assassinos vão matar vocês um a um Alguma dúvida?. — Ele dizia enquanto ria intensamente .
A ideia obviamente chocou a todos, como assim existem assassinos entre eles? Agora eles tem que descobrir os assassinos? Essa história parecia muito estranha e Fred não a comprou muito bem. — A minha primeira dúvida é: pode fumar aqui dentro? E a segunda: Como assim assassinos? Você está sugerindo que nós vamos matar uns aos outros?
— Isso mesmo! — Respondeu Monokuma, ignorando a primeira pergunta, ele respondia com um tom de voz calmo e suave, como se estivesse falando de rosas e jasmins e não de assassinatos e banho de sangue. — Um por um vocês irão morrer, inevitavelmente. Após os assassinos matarem alguém, iremos fazer um julgamento para escolher um suspeito, este suspeito também será morto. Todos 15 de vocês poderão morrer.
— Desculpa interromper, mas 15 de nós? — Perguntou Sonia. — Nós estamos em 16, eu mesma contei. — A informação, apesar de boba, também foi um choque, não parecia ter tantas pessoas assim. Neste momento todos deram uma boa olhada ao redor, contando o número de pessoas.
— Bom, hehe, isto não estava nos meus planos... — Cochichou o urso, como se ninguém estivesse ouvindo, era claro que ele estava mentindo isso fazia parte da performance dele o tempo inteiro. — Vocês são espertinhos, hein? Sim, 15 de vocês, porque além de assassinos também há um infiltrado.
Muitas informações chegaram naquele dia aos estudantes da Academia Espacial HOPE, suas cabeças giravam no emaranhado de perguntas que se formava a cada segundo. Afinal, onde estavam? Quem são os outros estudantes? Quem é este urso demoníaco? Quem são os assassinos? Quem é o infiltrado? Afinal, pode fumar maconha naquele lugar? Muitas perguntas e nenhuma parece ter resposta.
— O que vocês acham de mudarmos as coisas só um pouquinho? — Perguntou Monokuma, após isso ele começou a encenar mais uma vez. — A primeira tarefa de vocês será encontrar o infiltrado. Pra mim é claro como esta pessoa não se encaixa entre vocês, ela parece estar completamente fora do lugar e fora de seu elemento natural. Esta décima sexta pessoa precisa ir embora logo! Ela está estragando a ordem correta de tudo! Eu odeio coisas fora do lugar... Pois bem! Vocês tem 24 horas para investigar, votar e encontrar o infiltrado. Se não conseguirem nem ao menos desvendar esse mistério, mal posso imaginar os horrores que irão passar nesta academia HAHAHAHA!!!!
— Err... Monokuma, você pode ao menos dizer onde estamos? — Indagou Oliver.
— Pois bem, querido Oliver, você se inscreveu para Academia Espacial HOPE! Então eu quero que vocês todos sejam muitos bem vindos à Academia Espacial DESESPERO MWAHAHAHA! Vamos começar um belo semestre de assassinatos!
Um silêncio ensurdecedor tomou conta do local, os estudantes trocavam olhares sedentos por qualquer informação que pudessem se agarrar, tudo estava muito confuso, ninguém sabia o quanto daquilo era verdade, mas uma sensação de insegurança permeava a todos, exceto Will que mantinha um sorriso no rosto o tempo inteiro. — Que o jogo da morte comece! — Disse Will, antes que todos sequer se acostumassem com a ideia de que estavam em jogo de vida ou morte.
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