DIA 02

 DIA 02


Na noite anterior, todos foram para seus quartos a extremo contragosto, ninguém se sentia seguro estando sozinho a primeira noite num espaço onde não faziam ideia como haviam chegado ali. No entanto, ficar sozinho fora de seu quarto durante a noite soava ainda pior, acabou que todos estudantes, sem exceção, foram para seus próprios quartos deitar.  Nenhum deles dormiu imediatamente, já que a imagem de Charlotte sendo executada bem na frente deles foi bastante assustadora e o mais aterrorizante é que Monokuma e seus filhotes simplesmente agiram como se aquilo não fosse nada demais, como se tudo aquilo não passasse de uma brincadeira entre família, para alguns estudantes seria algo que se lembrariam para sempre.


O pensamento de morte ficava cada vez mais próximo e uma pessoa específica estava com uma ideia na cabeça:  — E se fosse eu ali? Aqueles arpões certamente me perfurariam inteira — Pensava Jade, sozinha em seu quarto.  Não era do feitio dele ficar tão preocupado, mas não conseguia evitar se sentir assim, também sentia que não conseguiria dormir a noite inteira, o que seria péssimo.  Ela simplesmente deitou a cabeça no travesseiro e ficou pensando, aflita com a sensação de que algo ruim estava para acontecer.

Pela manhã era notável que os grupos que haviam explorado juntos no outro dia se sentiam mais próximos uns dos outros, durante a noite foi possível perceber que algumas pessoas saíram de seus quartos para conversar, não era possível distinguir muito bem as vozes, mas era claro que haviam pessoas conversando no corredor por boa parte da noite. 

Oliver foi o primeiro a acordar e por isso chegou na cozinha primeiro, porque estava com fome, mas ao longo da manhã cada um foi chegando no seu horário, e todos em grupos de dois ou três, exceto Will, Vicente e Martha, que chegaram sozinhos.  O rapaz observou a mesma coisa  dita acima, alguns grupos de amizades já haviam se formado e pelas conversas ouvidas por ele alguns até mesmo visitaram os quartos uns dos outros para ver a decoração. Cada quarto era único e personalizado de acordo com o estilo de cada um. 

—  Ué, tá faltando gente não, galera?   Perguntou Ivan. Seu cabelo hoje estava úmido e caído, bem diferente da imagem que havia aparecido ontem. Tinha charme sobre ele que não dava pra descrever, isso era notável, mesmo assim ele não fazia muito sucesso com as moças, tudo que elas viam era o seu bigode mal crescido, talvez ele só dê encima de gente exigente demais. 

— De fato.   Respondeu Sonia.   Aquelas três garotas não estão aqui, afinal, onde estão? Não lembro como se chamam, talvez Akira? A outra se chamava Celeste, se não me engano, já a outra lá eu realmente não sei quem é.

— Talvez elas já estejam mortas. — Disse Will, com serenidade, ele não parecia nada arrependido após o que havia ocorrido no último julgamento.

Oliver largou sua comida e todos ali e foi imediatamente procurar, ao seu lado seguiu Simone, mesmo que ninguém a tenha pedido ajuda, a garota sentia que devia acompanha-lo. Seguiram para os quartos, primeiro bateram no quarto de Akira e a garota respondeu: 

— Genteee! Me ajuda tem um Monokuma estranho no quarto AAAAAAAAAAAAA! Sai! Sai! Robô asqueroso. Ele simplesmente me trancou aqui não sei o que fazer!

Os dois do lado de fora não podiam entrar, porque a porta precisava da digital. Eles também não viam, mas o robô que estava dentro do quarto da moça era ninguém menos que Monofuma, o robô que cuidava das entradas e saídas da Academia no passado, ao longo dos anos ele adquiriu um péssimo hábito de fumar charutos e se aposentou, ele é irmão do Monokuma.


— Hehehe, vem cá gatinha. — Dizia Monofuma para ela, dentro do quarto.  A cada tragada ele tornava o ambiente ainda mais insuportável com sua fumaça de charuto. — Vamos conversar e fumar um, hehehe, eu garonto que você vai acabar gostando de mim.

Akira resistia as investidas horríveis feitas pelo Robô, ele não tinha intenções de tocar nela sem permissão, mas ele estava com uma vontade insaciável de mordê-la, infelizmente para o robô a garota não estava interessada. Simone decidiu que Akira deveria estar se virando bem sozinha,  por isso deveriam ir atrás das outras garotas sumidas, em seguida ela bateu na porta de Celeste.

— Agradeço pela visita. — Respondia Celeste, sem nem abrir a porta de seu quarto. — Estou um tanto quanto atarefada, não posso recebê-los, sinto muito. — E não se pronunciou mais. 

Oliver foi quem bateu na porta de Alice e para sua surpresa ela já estava aberta! Ele entrou cuidadosamente, mas saiu assim que entrou, com as mãos na boca para não vomitar. Quando Simone entrou percebeu:  o quarto estava cheirando muito mal.

Não foi necessária uma investigação muito grande para ver que algo havia acontecido ali. Tudo estava bagunçado, havia sinais de briga e vidros de garrafas no chão.  As paredes e o chão pareciam ter sido riscados com este vidro e mesmo que tudo estivesse visivelmente fora do lugar, Alice não estava em nenhum lugar a ser vista. 
 

Ao abrir a porta do banheiro Simone a encontrou o que procurava: Alice estava sentada em uma cadeira no banheiro, sua garganta estava cortada e sua expressão facial estava congelada em puro pavor e desespero, já estava morta. Simone imediatamente vomitou, seu estômago revirou, ela não sabia se vomitava ou se cagava, foi a comida que lhe fez mal, ou se era o medo tomando conta de seu corpo. Após encontrarem uma pessoa morta, todos outros foram avisados do ocorrido pelo Monokuma, alguns pareciam em choque, outros nem tanto, mas uma certeza havia de vir: Uma morte ocorreu e um novo Julgamento seria iniciado.


Alice, Ultimate Espiã, Morta

Alice era Tamilly.

RESTAM 14 ESTUDANTES












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