DIA 04

 

 DIA 04


Sonia fora descoberta como assassina. — Como pode ser?  Indagou Fred ao grupo, que se reunia na cozinha. — Ela era uma moça tão gentil, tão delicada.

— Isso mostra que não devemos confiar em ninguém. — Afirmou Martha, apreensiva, sua expressão era de puro medo. — Eu não quero ser a próxima. — Ela dizia, enquanto cruzava os braços para se proteger. Desde os últimos assassinatos o número de pessoas havia diminuído, e a mesa de jantar que antes era amontoada de pessoas agora estava ficando vazia. Algumas horas já haviam se passado desde o Julgamento, mas ninguém estava disposto a ir para cama, então ficaram dispersos pelas . 

Simone não andava nada feliz, precisava esfriar a cabeça, então decidiu se exercitar um pouco antes de dormir, alguns alongamentos certamente ajudariam  aliviar a tensão do corpo. A moça convidou Akira para ir consigo, ela aceitou com muita alegria. — Akira fica feliz que goste dela, Simone! Obrigada! — Ela agradeceu, com um sorriso.

Vicente, Martha, Alice e Celeste descobriram que o quarto de Sonia havia sido deixado aberto por alguém. Talvez pela própria Sonia, mas era pouco provável. Lá dentro havia uma uma grande gama de utensílios de limpeza, bem como conjuntos de louças e talheres. Inúmeros conjuntos de panos, toalhas de mesa e afins. Mas a coleção que mais espantava era a de remédios, ela possuía um acervo enorme de frascos com comprimidos. 

— Eu não acredito que Sonia tenha matado alguém. — Afirmou Vicente para as garotas. — Não havia nenhum indício que ela tenha cometido assassinatos, será que dá mesmo para chama-la se assassina? Não sei, mas isso aqui.. Isso aqui é estranho. — Ele apontou para os frascos na bancada. Abriu a tampa de um deles e provou. 


— Não seja estúpido. E se for veneno? Você estaria condenado. — Disse Celeste. 

— Não se preocupe, são laxantes. — Disse Vicente. 

Enquanto isso Fred, Oliver e Leon apenas estavam conversando na biblioteca, quando encontraram um objeto singular. Um frasco transparente estava disposto em uma das mesas, como se aquele fosse seu lugar, mas horas antes simplesmente não estava lá. Fred observou o recipiente de perto e notou que ele possuía um aviso para que não fosse ingerido. 



— Isso é estranho. — Atestou Oliver. — Aqui na embalagem também diz que é proveniente de uma flor. 

— Eu não sei que porra é essa. — Disse Leon. — Não sou nenhum detetive, mas isso aí é a cara da morte. — Os meninos concordaram que este não era o melhor lugar para se deixar aquilo e o esconderam entre os livros, num lugar nada visível. 

— Assim o dono vai pensar que perdeu. — Disse Oliver, demonstrando toda sua ingenuidade.

O horário da noite havia chegado há algum tempo, já eram 22hrs, quando a maioria dos estudantes voltou para os seus quartos. Além das áreas proibidas, também é perigoso andar por aí a noite, é possível que alguém mal intencionado também estivesse com você. Por este motivo que aqueles mais medrosos se recolhiam cedo, como Martha, afinal mesmo que você tivesse insônia todas as noites, era melhor ter insônia dentro do quarto do que lá fora.

Jade levantou cedo demais não havia nada que pudesse fazer além de matar o tempo, ela andou de um lado para o outro, sem rumo. Primeiro foi ao segundo andar, entrou na biblioteca, na piscina, mas foi mesmo quando voltou para cozinha que Jade teve uma surpresa que não estava em seu planejamento do dia. Ela havia encontrado um corpo.


Will estava caído bem a sua frente, ele não se mexia. Não havia muito sangue no chão, mas a cena ainda sim era chocante. Ela notou que o sangue saía de sua cabeça, havia sido uma pancada? Não dava para ver, porque o menino havia caído com o rosto no chão e o cabelo cobria todo resto. Jade reuniu toda coragem em seu corpo para tocar no corpo e investiga-lo, ele se aproximou cuidadosamente e o tocou. Sua reação foi pular para trás, apavorada.   


Ao ser tocado Will se mexeu, levantando a cabeça, Jade havia ficado assustada, mas Will se ergueu com um sorriso no rosto, ele estava feliz que alguém havia caído na sua pegadinha. — Hehe, bobinhos. — Ele disse, enquanto limpava o sangue do rosto.  — Esse sangue aqui, tá curiosa? — Ele disse, direcionando a palavra à Jade. — Eu tirei do Ivan, lá tinha sangue pra caramba!

Depois da leve brincadeira proposta por Will, os estudantes passaram a chegar pouco a pouco, até que a maioria estivesse lá, exceto por Fred e Celeste, que eram costumeiros de se atrasar. — De novo essa palhaçada da porra? — Perguntou Alice. — Pronto, só falta os dois terem morrido agora. 

Foi só Alice terminar de falar que Fred entrou pela porta, ele parecia chocado com o tanto de pessoas na cozinha, sua expressão de surpresa era impagável ao olhar os rostos que lá estavam. — O que vocês tão fazendo aqui tão cedo? — Perguntou o rapaz de cabelos rosa. Sua expressão mudou rapidamente ao receber a resposta.

— São 10 da manhã, seu brocha dorminhoco! — Alice retrucou. — Agora volta lá e vê se a Celeste tá no quarto. 

Fred fez como pedido, afinal ele era medroso demais para peitar a Alice. Ele retornou com a notícia que Celeste não respondia. Imediatamente se separam para procurar pela garota, que não parecia estar em lugar nenhum. Até que Jade e Akira a encontraram na enfermaria, mas parecia tarde demais, Celeste estava morta no chão. 

Celeste, Ultimate Apostadora, Morta

Celeste era Marco. 

Sua expressão pacífica demonstrava que não havia tido sofrimento. Ela continuava na mesma pose de sempre, até em morte a garota mantinha sua classe e sua etiqueta. Ela estava de braços cruzados e olhos fechados, alguém a colocou naquela posição. A imagem era triste, mas Celeste parecia em paz, finalmente estava livre do desespero da Academia, aquele ambiente não era para ela, afinal, Celeste estava longe de ser uma pessoa ruim.

RESTAM 10 ESTUDANTES







 







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